
Qual o tempo ideal frente ao celular? O oftalmologista da vovó dos meus filhos está revolucionando o uso lá em casa. Ele foi taxativo ao afirmar que os meus pequenos, com cinco e nove anos, devem ficar, no máximo, 25 minutos diários. O motivo? O uso acima desse tempo afeta a visão e pode modificar a estrutura do olho, oportunizando o surgimento da miopia. E aí me recordo que cheguei a usar a expressão "míope" quando era mais nova para definir alguém que não "enxergava", no sentido de entender, algo que estava nítido na vida ou comportamento de tal pessoa.

Foto: Pixabay
Agora, posso dizer que muitos pais estão ficando míopes em relação aos efeitos nocivos do uso excessivo de celulares por parte de seus filhos, principalmente os pequenos. E a babá eletrônica dos tempos atuais, o celular, tem sido ofertado às crianças com certo monitoramento e preocupação em relação ao conteúdo, mas com pouca atenção ao tempo de uso. O excesso de exposição ao aparelho móvel prejudica a interação social, pode afetar a parte motora. É preciso bater numa tecla conhecida que o uso demasiado de dispositivos, games, celulares e outras plataformas têm resultado em uma geração mais sedentária e obesa, com distúrbios de sono, com problemas de concentração na escola, entre outros problemas que estão aparecendo e ainda surgirão ao longo do tempo, que especialistas poderão definir com maior exatidão e estudos adequados.
Pesquisa do Comitê Gestor da Internet (CGI0 e o Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade de Informação (cetic.br) constatou que, 29,7 milhões de crianças com idades entre 9 e 17 anos no país usam a internet com frequência, 83% utilizam o celular como principal dispositivo para acessar o mundo digital.
Porque não vou mais obrigar meu filho a comer
Não é transformar o filho em um alienado digital, mas limitar o uso. Se preocupar com conteúdo, privacidade e outros impactos, mas também ter foco no limite de uso. Essa mudança de hábito impactará a rotina familiar, os filhos vão ter de brincar de outras coisas, conversar mais com os pais, interagir com atividades físicas e recreativas.
Esse tempo pode ser trocado por ajuda dos pequenos na cozinha, mais jogos educativos e apenas de entretenimento e prática de esportes, entre outras atividades. Boa parte deles, envolvendo os pais. Obviamente que os pais não serão tão eficientes quanto à babá eletrônica, talvez demorem a encontrar atividades que prenda a atenção das crianças e que as façam ficar em silêncio, mas a família agradece. Vamos tirar menos fotos para compartilhar nas redes sociais, e aproveitar os pequenos para estar juntos em mais momentos da vida real.